Heroísmo
Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.
Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
E creio ouvir em cada seu lamento
Os ruídos dum túmulo disforme.
Contudo, num barquinho transparente,
No ser dorso feroz vou blasonar,
Tufada a vela e nágua quase assente,
E ouvindo muito ao perto o seu bramar, Monet
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente, Soleil Levant,1872
Escarro, com desdém, no grande mar! Técnica e periodo impressionista.
Museu Marmottan, Paris
Cesário Verde
"Heroísmo" remete-nos para uma das primeiras fases da escrita de Cesário Verde. Esta primeira fase foi caracterizada pelo Parnasianismo, uma preocupação extrema com as regras da poesia. É nesta fase que Cesário forma uma das suas principais características, a estética dos seus poemas. Este poema é uma das principais marcas do Parnasianismo de Cesário. O tema aqui apresentado é realista, observa-se facilmente que o Eu poético descreve o mar. Esta descrição é excelente, demonstra-nos que sem dúvida este captou a essência do mar. Reproduzindo-a depois neste poema utilizando a imagem, de tal modo eficaz que se sente o rebentar das ondas.
O poema tem um ritmo lento e melancólico, que se relaciona com o tema abordado o mar e os perigos que representam para quem lá navega. Mas o ritmo não se mantém igual durante todo o poema, esta capacidade de Cesário para contar um história pelos seus poemas é notável e é um os pontos chaves deste poema. O mar aparece personificado, mas mesmo perante tal força o Eu poético não recua e enfrenta-o. O Realismo aqui presente é um Realismo Onírico, uma vez que mostra a realidade e depois reflecte sobre ela acabando por desdenhar o mar. O mar em Heroísmo é não apenas uma extensão de água, mas também um ser épico. Este ser épico é camoniano, algo que faz parte de uma epopeia vivida pelo pequeno barco. É este tipo de poema sobre o mar que irá influenciar Sophia de Mello Breyner. O mar descobre e revela todo o tipo de sentimentos, em Sophia alegria e em Camões é um ser épico que luta contra os navegadores. Heroísmo pode-se considerar como uma referência a Camões, porque é um soneto e refere o mar como ser ser ue luta contra um herói.
Cesário apresenta-nos aqui uma obra de grande rigor parsianista, com um tema rural, o mar, e vista de maneira Realista. As simples figuras de estilo usadas como a imagem e a personificação conduzem-nos através do poema até à beira-mar para que possamos sentir o que Cesário sente.
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.
Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
E creio ouvir em cada seu lamento
Os ruídos dum túmulo disforme.
Contudo, num barquinho transparente,
No ser dorso feroz vou blasonar,
Tufada a vela e nágua quase assente,
E ouvindo muito ao perto o seu bramar, Monet
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente, Soleil Levant,1872
Escarro, com desdém, no grande mar! Técnica e periodo impressionista.
Museu Marmottan, Paris
Cesário Verde
"Heroísmo" remete-nos para uma das primeiras fases da escrita de Cesário Verde. Esta primeira fase foi caracterizada pelo Parnasianismo, uma preocupação extrema com as regras da poesia. É nesta fase que Cesário forma uma das suas principais características, a estética dos seus poemas. Este poema é uma das principais marcas do Parnasianismo de Cesário. O tema aqui apresentado é realista, observa-se facilmente que o Eu poético descreve o mar. Esta descrição é excelente, demonstra-nos que sem dúvida este captou a essência do mar. Reproduzindo-a depois neste poema utilizando a imagem, de tal modo eficaz que se sente o rebentar das ondas.
O poema tem um ritmo lento e melancólico, que se relaciona com o tema abordado o mar e os perigos que representam para quem lá navega. Mas o ritmo não se mantém igual durante todo o poema, esta capacidade de Cesário para contar um história pelos seus poemas é notável e é um os pontos chaves deste poema. O mar aparece personificado, mas mesmo perante tal força o Eu poético não recua e enfrenta-o. O Realismo aqui presente é um Realismo Onírico, uma vez que mostra a realidade e depois reflecte sobre ela acabando por desdenhar o mar. O mar em Heroísmo é não apenas uma extensão de água, mas também um ser épico. Este ser épico é camoniano, algo que faz parte de uma epopeia vivida pelo pequeno barco. É este tipo de poema sobre o mar que irá influenciar Sophia de Mello Breyner. O mar descobre e revela todo o tipo de sentimentos, em Sophia alegria e em Camões é um ser épico que luta contra os navegadores. Heroísmo pode-se considerar como uma referência a Camões, porque é um soneto e refere o mar como ser ser ue luta contra um herói.
Cesário apresenta-nos aqui uma obra de grande rigor parsianista, com um tema rural, o mar, e vista de maneira Realista. As simples figuras de estilo usadas como a imagem e a personificação conduzem-nos através do poema até à beira-mar para que possamos sentir o que Cesário sente.
Esqueceu-se de identificar o quadro escolhido: Autor, data, período, técnica, museu ou colecção.
ResponderEliminarRelativamente ao texto há que evocar o valor simbólico do elemento em observação e assim sendo o poema não é tão realista como parece, talvez seja épico camoniano e porque não associar à poesia de Sophia de Melo Breyner... Poeta do século XX!
Veja os erros que traduzem algum histerismo na construção e correcção dos textos... Reler e corrigir
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