-Olá, bons olhos te vejam meu caro amigo, já não te vejo desde que fui a Santiago de Compostela. Meu ente querido ainda não te contei esta história de quando viagem com a rainha e as suas aias. Bem senta-te e aprecia a minha história do trovador “Eremita dos Seis Caminhos”, sobre a Rainha de Portugal e as suas aias.
- Então vamos ouvir a tua história, Ricardo, o “Eremita dos Seis Caminhos”.
Certo dia, chamam-me para ir falar com o Rei. Ao chegar pergunto:
-Que quererdes de mim, Majestade?
-Quero que acompanhes a minha Rainha e as suas aias até Santiago de Compostela.
- Se sois este o seu desejo, assim será feito.
Partiríamos no dia seguinte como previsto e viajaria na carruagem real com a Rainha. Mas antes teria de preparar algumas coisas. Comecei por arrumar uns cancioneiros que possuía com as melhores cantigas que tinha. Os cancioneiros da Ajuda e Colocci-Brancuti. Pegava em alguns sonetos musicais, enquanto arrumava roupa e outros instrumentos. Partiríamos pela manhã.
Passaram-se 2 semanas, até que chegávamos a Santiago de Compostela. Ao sairmos da carruagem, disse:
-Vós quererdes ir ver a tão famosa catedral, eu vou aproveitar para coleccionar maia cantigas.
E assim fui à procura de outros trovadores que queriam trocar cantigas. Eu troquei as famosas cantigas de amigo, portuguesas de origem. Por cantigas francesas, as cantigas de amor. Encontraria, ainda, mais à noite cantigas de escárnio e maldizer sobre outros reinos e países.
Já à noite numa taberna descobri, que as origens das cantigas de amor eram o Sul de França e as de amigo da Península Ibérica. E é esta a minha história.
-Mas, só uma coisa, podes me explicar o que são isso das cantigas, “Eremita dos Seis Caminhos”?
-Claro, as cantigas de amor retratam a história de grandes cavaleiros à procura das donzelas. As de amigo de simples mulheres, que começa a sua vida amorosa, criadas pelo povo, são de simples memorização. E nas de escárnio e maldizer, são cantigas sátiras que fazem uma crítica à sociedade da época.
-Obrigado, até outro dia.
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