Quantas vezes viram esta porcaria?

sábado, 28 de maio de 2011

Cesário Verde

Heroísmo


Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.

Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
E creio ouvir em cada seu lamento
Os ruídos dum túmulo disforme.

Contudo, num barquinho transparente,
No ser dorso feroz vou blasonar,
Tufada a vela e nágua quase assente,

E ouvindo muito ao perto o seu bramar,                         Monet
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,                           Soleil Levant,1872  
Escarro, com desdém, no grande mar!                           Técnica  e periodo impressionista.
                                                                                     Museu Marmottan, Paris
                                 Cesário Verde

"Heroísmo" remete-nos para uma das primeiras fases da escrita de Cesário Verde. Esta primeira fase foi caracterizada pelo Parnasianismo, uma preocupação extrema com as regras da poesia. É nesta fase que Cesário forma uma das suas principais características, a estética dos seus poemas. Este poema é uma das principais marcas do Parnasianismo de Cesário. O tema aqui apresentado é realista, observa-se facilmente que o Eu poético descreve o mar. Esta descrição é excelente, demonstra-nos que sem dúvida este captou a essência do mar. Reproduzindo-a depois neste poema utilizando a imagem, de tal modo eficaz que se sente o rebentar das ondas.
O poema tem um ritmo lento e melancólico, que se relaciona com o tema abordado o mar e os perigos que representam para quem lá navega. Mas o ritmo não se mantém igual durante todo o poema, esta capacidade de Cesário para contar um história pelos seus poemas é notável e é um os pontos chaves deste poema. O mar aparece personificado, mas mesmo perante tal força o Eu poético não recua e enfrenta-o. O Realismo aqui presente é um Realismo Onírico, uma vez que mostra a realidade e depois reflecte sobre ela acabando por desdenhar o mar. O mar em Heroísmo é não apenas uma extensão de água, mas também um ser épico. Este ser épico é camoniano, algo que faz parte de uma epopeia vivida pelo pequeno barco. É este tipo de poema sobre o mar que irá influenciar Sophia de Mello Breyner. O mar descobre e revela todo o tipo de sentimentos, em Sophia alegria e em Camões é um ser épico que luta contra os navegadores. Heroísmo pode-se considerar como uma referência a Camões, porque é um soneto e refere o mar como ser ser ue luta contra um herói.
Cesário apresenta-nos aqui uma obra de grande rigor parsianista, com um tema rural, o mar, e vista  de maneira Realista. As simples figuras de estilo usadas como a imagem e a personificação conduzem-nos através do poema até à beira-mar para que possamos sentir o que Cesário sente.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Eça de Queirós ou a Arte da Ironia

                                 

 Desde cedo que Eça cultivou em si a arte da ironia. A capacidade satírica faz parte dos primórdios da sua literatura. Satirizar era uma subtil forma que José Maria desenvolve, de forma, a poder proteger-se do Mundo em que se inseria. Eça foi abandonado em criança, e assim cultiva a ironia, para que possa satirizar e enfrentar o doloroso dia-a-dia do mundo burguês. Quando os pais se casam, José tinha 4 anos, e é visto como a ovelha negra da família, com uma mãe desconhecida. Eça é então obrigado a estudar para um colégio interno, dirigido por Costa Ramalho. Desprendido do mundo Eça começa então a sua vida literária a ler Almeida Garrett. O romancista português, mostra o lado romântico e piegas do mundo, a que Eça vem a constatar sem falso. Ao viver uma infância terrível, Eça apercebe-se que o mundo não é um mar de rosas. E desta forma começa, o confronto entre Eça de Queirós, escritor realista e o Portugal romântico.
Abominado pela pieguice, Eça não desdenha os valores românticos, apenas os sentimentos. Seres demasiado sentimentais para Eça, em que a pureza de espírito era demasiada, era um mundo perfeito. Não pondo o amor e a amizade como falsos sentimentos, Eça mostra-nos que o romantismo era bonito, mas não era verdade. Nada era feito pelos românticos, encostados a um canto a chorar, Eça luta contra isto e tenta mudar. Os realistas como Eça querem um país democrata, com o poder dos cidadãos. Querem saber por parte da ciência como é o mundo, quer viver fora da ilusão de que o país está bem e contente. Assim, Eça decide mostrar a verdade crua e dura, decide ser realista.

Coimbra, a ancestral cidade universitária. Formado em Coimbra, é aqui que Eça começa a sua vida literária. Eça percebe então que pertencia a uma geração de intelectuais. Esta geração dos anos ’70 do século XIX, a Geração de 70. O grupo composto por Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Teófilo Braga, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis e Guilherme de Azevedo. É aqui que Eça começa a satirizar o mundo em que vive, porque estes querem mudar o país. Mas voltando a Coimbra, um dos primeiros ambientes a ser satirizado por Eça na sua literatura. O típico ambiente de Coimbra, do século XIX. A cidade autoritária, que anula a liberdade, a resistência moral. Universidade, que deprime, favorece, representadora do literatismo, aquela que verga a espinha. As badaladas da cabra, por entre o voo dos morcegos, a sua chamada espalhava terror pelo espírito dos alunos. Esta crítica que ironiza Coimbra como uma velha que espalha o terror pelos alunos e lhes tira a liberdade. Começou com esta pequena crítica mas, é sem dúvida renovada ao longo da vida literária de Eça. Citada em “Os Maias”, “O Primo Basílio” e em “O Crime do Padre Amaro”, tem sempre uma crítica renovada. Somos continuamente “bombardeados” por parte de Eça, este fornece-nos perspectivas diferentes, cada uma pelas diferentes personagens e classes sociais.

A cidade universitária é dominada pelas mesmas família à gerações, e temos por parte de Eça a crítica: “ (…) os seus lentes crassos e crúzios, os seus Britos e os seus Neivas, (…). ” Aqui está, os Britos e os Neivas são famílias que fazem parte da universidade à séculos, nunca de lá saíram e não o pretendem fazer. É contra este Portugal de influências e amiguinhos que Eça luta, podemos observar que as altas famílias de “Os Maias” são provenientes de casamentos arranjados e constantemente se traem, como Raquel Cohen e os condes de Gouvarinho. É portanto uma crítica que Eça faz frequentemente, a crítica a Coimbra.
É em 1878 que Eça começa a escrever o seu maior romance, “Os Maias”. Este romance que demorou 10 anos a ser escrito. A obra-prima de Eça é uma completa sátira à sociedade portuguesa do século XIX. Eça aqui ironiza tudo, desde o mais poderoso político ao simples gato de Afonso da Maia, o Reverendo Bonifácio.

Ao contrário das suas anteriores obras, “Os Maias” não é um romance realista dos quais muitos existem. “Os Maias” vão contra o realismo Queirosiano, é antes uma história exótica e fantástica, onde o mundo regue-se por uma linha de acontecimentos muitos improváveis. Desde o Sr. Guimarães conhecer Maria Monforte e ser tio de Dâmaso, altamente improvável, ao Tancredo hospedar-se em casa de Pedro da Maia e apaixonar-se por Maria Monforte, ao longo do livro vários acontecimentos altamente improváveis vão acontecendo. Tudo isto vai contra a ciência realista, que nos diz que isso nunca iria acontecer uma vez que é uma possibilidade ínfima, e matematicamente era praticamente impossível, mas não Eça aqui cria como Garrett uma intriga em que tudo acontece, o mais improvável, o mais horripilante e assombroso. Em “O Crime do Padre Amaro” sabe-se que o Padre apaixona-se, mas era biologicamente atraído por Amélia, e sendo o padre da região era óbvio que seria ele a fazer o seu funeral. Mas nesta sua obra, Eça pode dizer-se romântica na intriga e realista na sátira. Quero dizer, que é uma história romântica, mas fundamentada na realidade do séc. XIX, onde a ironia está presente, ele auto-satiriza-se literariamente com João da Ega, satiriza a sua infância como Carlos da Maia e seus pais e satiriza o mundo com personagens-tipo. Toda esta ironia escondida numa obra dita romântica, não é por acaso que comparativamente aos franceses, originários do Realismo, Eça supera-os. Enquanto estes satirizavam directamente e de forma simplista, Eça é mais subtil, é mais eficaz, é perfeito, é o discípulo que supera os mestres.

Carlos da Maia, esta é a personagem central do romance. Eça pensa que aí se reflecte como homem irónico. É certo que Carlos Eduardo não é alvo de qualquer ironia directa por parte do autor. Isto é devido ao facto de Carlos não estar dentro de nenhum grupo da sociedade que fosse de encontro à crítica de Eça. Com Carlos vemos o mundo como Eça nos quer mostra. Um mundo de ignorância e cópias do estrangeiro. Assim é a forma de Eça ironizar, Carlos, são os olhos da crítica, cada personagem tipo, um alvo. Mas mesmo sendo o protagonista, Carlos não escapa a ser ironizado, o frequente mundo conflituoso de influências e poderes em que vive é uma ironia que Eça faz aos aristocratas. O facto de Carlos ter tudo numa bandeja de prata, de decorar o consultório como quer, tudo isto são ironias de quem muito tem, mas pouco faz. Eça mostra a sua juventude em Carlos. Uma criança abandona pelos pais, com uma educação de excelência ao viajar pela Europa Carlos e Eça aprendem e tornam-se seres cultos. Carlos não é mais que um ser intelectual que acaba no grupo dos Vencidos da Vida.

Em Afonso Eça retrata-se como um ser liberal, e defensor dos bons costumes. Como cônsul em Inglaterra, Eça apercebe-se que Portugal é um país fraco e carácter. Defensor da educação inglesa, e da capacidade de pensar, Eça mostra o seu carácter em Afonso. Afonso da Maia é sem dúvida a única personagem que escapa à crítica queirosiana, sem defeitos ou lacunas, Afonso é um homem forte e bondoso, tal com Eça que defendia a autenticidade, e não as cópias do estrangeiro que tanto Portugal fazia.

Por fim, João da Ega é o ser literário de Eça. A cópia física de Eça, um vidro entalado no olho, tinha nariz adunco, pescoço esganiçado, punhos tísicos, pernas de cegonha, tal e qual Eça. Um ser controverso, ora romântico e sentimental, ora realista e liberal. Ser boémio e culto, que facilmente se dava por vencido e no fim, um completo falhado e derrotado do mundo. Um ser com tantas ideias e esperanças, que acaba a desistir de tudo por uma vida pacata às custas do dinheiro da família. E foi assim que Eça se auto-satirizou como um ser vencido e falhado, que nada fez sem ser beber e queixar-se. Um vencido era a sua própria visão.

Coimbra, com Carlos da Maia, volta a ser alvo de outra ironia. Desta vez, uma ironia pelos olhos da alta sociedade. Uma ironia diferente das presentes em “O Crime do Padre Amaro” ou “O Primo Basílio”. A sátira é vista pelos olhos da alta sociedade aristocrática, pelos meninos bonitos do berço de ouro. A crítica que vou citar:

 “Desde a sua entrada na Universidade, renovara as tradições da antiga boémia: trazia os rasgões da batina cosidos a linha branca; embebedava-se com carrascão; à noite, na Ponte, com o braço erguido, atirava injúrias a Deus. E no fundo muito sentimental, enleado sempre em amores por meninas de quinze anos, filhas de empregados, com quem às vezes ia passar a soirée, levando-lhes cartuchinhos de doce. A sua fama de fidalgote rico tornava-o apetecido nas famílias. Carlos escarnecia estes idílios futricas; mas também ele terminou por se enredar num episódio romântico com a mulher de um empregado do Governo Civil, uma lisboetazinha, que o seduziu pela graça de um corpo de boneca e por uns lindos olhos verdes. A ela o que a fanatizara fora o luxo, o groom, a égua inglesa de Carlos.
Trocaram-se cartas; e ele viveu semanas banhado na poesia áspera e tumultuosa do primeiro amor adúltero. Infelizmente a rapariga tinha o nome bárbaro de Hermengarda; e os amigos de Carlos, descoberto o segredo, chamavam-lhe já Eurico, o Presbítero, dirigiam para Celas missivas pelo correio com este nome odioso.”

Aqui vemos Carlos com uma vida de paz, ao contrário da maioria dos alunos que tem de lutar pelas notas, Carlos é privilegiado por pertencer à família Maia. Carlos apenas vive, bebe, festeja, namora, passeia, convive, mas o estudo não faz parte dele. Todas as raparigas queriam conhecer Carlos, e Carlos vivia o luxo de ser famoso e namorava-as. Como herdeiro da fortuna Maia, Carlos vive bem e não se preocupa. A escola é uma mera formalidade na terra podre de influências.

É sem dúvida nas personagens tipo que Eça cria a sua maior crítica à sociedade. Cada uma delas, um mundo, um defeito a precisar de ser corrigido. As personagens tipo brilhantemente criadas, levam-nos a ver pelos olhos de Eça e da Geração de ’70 como a sociedade é corrupta e incompetente. Nada faz que não seja copiado, a autenticidade perdeu-se, apenas podemos dizer que Eça é autêntico num mundo de cópias estrangeiras.
O escritor não é apenas um outro realista, ele é o melhor. Pratica o objectivo de mostrar a verdade do mundo, tal e qual como é, vimos na sua elevada e detalhada descrição. Esta descrição não só mostra-nos que Eça era realista, e vi-a o mundo tal e qual como era, como um pouco da sua ironia. Ora vejamos que o jardim do Ramalhete é alvo de uma pesada e cansativa descrição, cada detalhe com um objectivo, o de dar significado ao jardim. Nesse jardim, onde Afonso se mostra mais alegre, mais feliz e carinhoso, é onde tristemente morre. A subtil ironia de que somos espectadores é brilhante, até nos locais mais simples e bonitos acontecem tragédias.

Por entre mais personagens-tipo Eça ironiza a sociedade portuguesa. Como conclusão, vejamos que Eça desde cedo usa a ironia para se proteger da classe burguesa. Ao fazer parte da Geração de ’70, ele apercebe-se que pertence a um grupo de intelectuais que vai mudar a cultura portuguesa. Como homem da literatura, Eça muda o país através dos seus livros. A obra-prima, “Os Maias” é sem dúvida o que mais satiriza a sociedade. Coimbra é alvo frequente da sua ironia. Cada personagem-tipo é uma crítica, no seu conjunto representam a sociedade portuguesa. As capacidades críticas são notórias, construi críticas brilhantes do ponto de vista irónico e literário, um perfeito exemplo de qualidade literária. No seu conjunto, as ironias sociais estão ainda presentes hoje em dia, e podem levar-nos a mudar e nunca esqueçamos que a rir se mudam os costumes. José Maria Eça de Queirós foi um mestre da ironia e mostrar ao mundo a sociedade em que se inseria. No final não acaba como Carlos, não foi um Vencido da Vida, foi antes um Vencedor.

domingo, 7 de novembro de 2010

Padre António Vieira na Actualidade

  


Quando pensamos no Padre António Vieira, pensamos nos sermões. Pensamos então, que temos de nos colocar século XVII. Ou será que não?

A verdade é que a mensagem de Padre António Vieira é intemporal. Quando este defendeu os Direitos Humanos, antes de serem criados em 1948 e criou uma mensagem. A mensagem por ele criada perdura até aos dias de hoje nos seus sermões. O mais falado, que foi dúvida o sermão de St. António aos Peixes, proferido em Maranhão no ano de 1654. 

Mas o que é importante é a mensagem. Mensagem que critica a sociedade humana, seja em que tempo for. São salientados comportamentos humanos na forma de peixes. Ou seja ele usa uma alegoria entre os peixes e os homens. Mostrando atitudes que até hoje revolucionários e defensores da Humanidade usam ou usaram. O peixe de St. Tobias, a rémora, o torpedo e o quatro-olhos são os peixes que fazem alegoria às virtudes humanas.

Mas não são apenas referenciadas virtudes, mas também vícios. São referenciados os roncadores, os pegadores, o voadores e o polvo como vícios humanos.

O conceito predicável "Vos estis sal terræ" (vois sois o sal da terra), é a base do Sermão. Refere-se às pessoas com poder para mudar o Mundo e o seu curso, mas não o fazem. Os poderosos que apenas querem "encher a própria barriga", só e preocupam com eles mesmos. Quem tem o poder não muda e quem sofre são os pequenos. Exemplo, os políticos são poderosos e podem mudar o Mundo para melhor, mas não o fazem. E porquê? Porque assim deixam de ser ricos e poderosos e ficam iguais aos outros, a viver medianamente. Deviam dinheiro, poder, influências, roubam, e como poderosos que são não os prendem, porque têm modo de influenciar outros. E os pequenos, que lhe acontece? São as vítimas, ficam sem nada, sem poder para lutar, sem dinheiro para viver, sem direitos, sem dignidade por vezes. Estes que não têm culpa alguma da forma como os poderosos actuaram são os que pagam.

Os peixes dos vícios podemos ver que continuam presentes actualmente. Roncadores, representam os soberbos, aqueles que fazem barulho. São os que se passam por poderosos,  quem dizem ter quando não têm. Podem ser vistos actualmente como aqueles que dizem ter isto e aquilo, que vão e férias ao outro lado do mundo. Mas na verdade não têm, não fazem, não foram, não são o que aparentam.
Pegadores, os que vivem agarrados aos outros, sangessugas, vampíricos seres que se aproveitam dos maiores. Actualmente podemos vê-los como os "amigos" deste ou daquele. vimos que são falsos amigos, que só se aproveitam e acabam a corruper o sistema político e finaceiro de empresas e até de países. Sugam o "sangue" de forma demoníaca aos mais fracos ou até aos maiores. Apenas com intuito de ficarem maiores e mais fortes. A política é o maior exemplo, em se veêm cada vez mais corruptos, roubam o dinheiro do povo, roubam as terras, fazem o que querem dos pequenos, uma vez que estão agarrados a estes.
Voadores, os ambiciosos que querem ser sempre mais e melhores que os outros, superiores até a Deus. E para aí chegarem fazem tudo. Que visto hoje acontece em todo o mundo. Os atletas tomam drogas para vencer, os estudante roubam trabalhos e copiam, trabalhadores "lambem as botas" aos superiores para subirem na carreira. Entre outros são alguns exemplos do que alguns fazem para ser melhores. E a razão para o serem não é mais do que ambição pelo poder, nunca se conformam com o que têm.
Polvo, o traidor o matava até o melhor amigo por algum dinheiro. Não haja dúvida que os poderosos traem o próprio país por dinheiro, vendem escravos, vendem diamantes, trabalham para quem melhor pagar. São escravos deles mesmo, já que traem tudo e todos por algo que não tenham como poder, dinheiro, carros, casas, etc. Vemos que os políticos actuais são uns cãezinhos do 1º Ministro fazem o que ele diz em questionar, o porquê, será bom? Não, eles traem o país, a população e a eles mesmos por um cargo.

Com isto não há mais nada a dizer, apenas que Padre António Vieira era um visionário e criou algo intemporal.

domingo, 6 de junho de 2010

Crítica: "O Remorso de Baltazar Serapião"

Apesar de ter sido obrigado a ler o livro, achei-o moderadamente interessante no início. Mas à medida que o fui lendo achei que a história e o modo de escrita não eram como inicialmente pensei, péssimos e parvos. Apesar do desgosto inicial o livro até valeu a pena o esforço inicial.

A história passar-se na Idade Média e ser intemporal é um grande feito do autor. Porque apesar do modo de vida e pensamento serem completamente diferentes, o autor é capaz de focar um tema que é presente em qualquer século. O tema do casamento e interacção entre o casal, com os amantes, terceiros e as reacções. A submissão da mulher ao desejo do homem e de como este se vinga em casa é o tema principal que o autor consegue trazer com bastante clareza.

A história é simples. Uma família cujo pai ensina o filho  como deve de educar a sua mulher, a mulher submissa e o filho mais novo que fala com a vaca da família, vaca esta que dá o nome à família. É facto que é nas famílias mais simples que estes problemas tendem a acontecer. Devido ao pensamento mais popular e antiquado que o do mundo moderno, estas famílias pensam que o homem é o senhor da casa e a mulher tem que se submeter.
Nesta família os nomes não são escolhidos ao acaso, cada um deles tem um significado que vai de encontro à personagem. Brunilde, segunda a mitologia nórdica era uma valquíria que vive num triângulo amoroso entre o heroí que a salva, Siguror e Gunnar. A história resume-se a Siguror que perde a memória de ter salvo Brunilde devido a Gunnar que o enfeitiça. Gunnar usa Siguror para lhe trazer Brunilde, mas o feitiço quebra-se e esta acaba pr descobrir tudo. Siguror apaixona-se outra vez por Brunilde, mas furiosa esta planeia matá-lo. O irmão mais novo de Gunnar mata Siguror e esta depois suicida-se com os remorsos.
Ermesinda significa aquela que está sob a guarda do deus Irmin. Acontece que a Ermesinda do livro está sob a guarda autoritário de Baltazar.

O modo de escrita do autor é bastante característico. Usa apenas letras minúsculas para que todas as letras do seu livro tenham o mesmo significado. A meu ver é algo que faz bastante sentindo, dessa forma o livro é lido uniformemente e não inicialmente com importância e depois como apenas letras. Mas, a meu ver, a sua maior caracteristica é não usar travessões ou aspas para citar os diálogos o que torna o livro confuso no início. Claro que depois já se torna fácil, é como se quisesse fazer ao autor um exercício de leitura.
Como Valter Hugo Mãe é um autor angolano tem na sua escrita um troca da ordem clássica das funções sintácticas. Esta troca torna o livro mais agradável à leitura e à mostra-nos como era o português da idade Média, um português mais forte e prenunciado do que actualmente. O que pode ser a maior qualidade de escrita do autor é conseguir criar a história com um narrador na 1ª pessoa e ao mesmo tempo descrever a cena de uma forma em que o leitor está quase dentro dela, exemplo:

"(pág. 67) e foi no dia em que o povo se preparava para queimar a mulher que se portava mal que o meu pai rebentou braço dentro o ventre da minha mãe e arrancou mão próprio o que ali alguém deixara. e gritou serás amaldiçoado para semprre. depois estalou-o no chão e pês-lhe o pé nu em cima, sentindo-lhe carnes e sangues esguicharem de morte esmagada. e, como se gritava e mais se faria confusão, mais se apagava a minhã mãe, rápida e vazia a fechar olhos e corpo todo, não era mais ali o caminho para a sua alma, seria só deitado à terra para que desaparecesse."

Na minha conclusão a esta crítica. o remorso de baltazar serapião é um livro que não é um história é quase que uma máquina do tempo que nos leva ao passado e nos mostra que existem coisas intemporais. O ciúme, a dor, a tortura, o sofrimento e o tudo o que de mal se pode fazer é intemporal. Mas também a bondade, a simplicidade são algo que o tempo não destroí e existem sempre. É um bom livro e recomenda-se a qeum queira ler algo diferente. Porque o livro é descrito numa expressão, é diferente do habitual.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Poeta: D.Dinis


D. Dinis

D. Dinis, 6º rei de Portugal, filho de D. Afonso III, nascido em 1261 e morrido em 1325. Desde cedo subiu ao trono 1279 e para além de ter plantado o Pinhal de Leiria, criou também a Universidade de Coimbra, a primeira de Portugal, e dedicou-se a poesia. Faz parte das origens da literatura portuguesa pelo facto de ser um trovador, a primeira forma de literatura em português. Compôs 138 cantigas.

Uma cantiga de que gostei foi:

Quer'eu em maneira de proençal
fazer agora un cantar d'amor,
e querrei muit'i loar mia senhor
a que prez nen fremusura non fal,
nen bondade; e mais vos direi en:
tanto a fez Deus comprida de ben
que mais que todas las do mundo val.

Ca mia senhor quiso Deus fazer tal,
quando a faz, que a fez sabedor
de todo ben e de mui gran valor,
e con todo est'é mui comunal
ali u deve; er deu-lhi bon sen,
e des i non lhi fez pouco de ben,
quando non quis que lh'outra foss'igual.

Ca en mia senhor nunca Deus pôs mal,
mais pôs i prez e beldad'e loor
e falar mui ben, e riir melhor
que outra molher; des i é leal
muit', e por esto non sei oj'eu quen
possa compridamente no seu ben
falar, ca non á, tra-lo seu ben, al.

El-Rei D. Dinis, CV 123, CBN 485

Escolhi esta cantiga porque retrata o Teocêntrismo da época medieval. A cantiga transmite-me as crenças mais importantes e o que moderava as acções humanas.  Que D. Dinis não acordava e seguia tão cegamente como o seu povo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Crítica ao texto:"Cântico Negro"

Cântico Negro é um poema escrito durante o Estado Novo. E como muitos poemas o seu tema é  a Liberdade e a Independência. Este texto propriamente dito, tem como tema central a Independência e a Liberdade de Escolha.

O poeta aborda este tema de uma forma violenta e directa. Ou seja, ele mostra que quer ser ele a escolher o seu próprio caminho, e não que lho ditem. Enquanto que os outros tiveram mãe e pai para o guiarem e escolherem por ele. O poeta é apenas guiado por Deus e pelo Diabo, que representam a sua consciência e o seu  desejo, o seu bem e o seu mal. Embora os outros querem o fácil, as regras, as estradas, os tratados, os jardins, etc. O poeta quer as ferramentas, a coragem e os impulsos para destruir os obstáculos à sua frente e ir ao Longe e à Miragem, pois este adora os abismos, as torrentes, os desertos, e tudo o que o desafia a ir por si só.

Os conceitos usados pelo poeta que referem esta abordagem, são o facto que reforçar contínuamente a expressão, a ir por aí, expressão representativa das escolhas feitas para os outros por terceiros. A referência ao pai e à mãe mostra que a dependência de outrens para as escolhas, enquanto este é livre.

A minha opinião pessoal do texto é que de facto isto era o que acontecia nesta época. Enquanto muitos se escondiam e deixavam as escolhas para outros, este poeta escorrega em becos, redemoinha aos ventos, cai, sofre porque quer ser livre. Isto tudo mostra uma grande força de vontade, coragem e determinação. A meu ver é um poema que nos transmite como é dificil obter a liberdade. É sempre mais fácil ir pelos jardins, pelas estradas falsa e do que pelos abismo, torrentes e desertos da verdade. Depender de algo é fácil, libertarmo-nos já não tão fácil, mas é isso que o poeta quer. O modo como a vida do poeta gira e é, mostra um pouco da minha. Por isto gosto do poema e penso que é intemporal, por o sujeito poético não é uma pessoa, mas sim a personificação da Liberdade.

terça-feira, 9 de março de 2010

Auto-biografia

Passavam-se 50 minutos das 6 horas da madrugada do dia 16 de Novembro de 1994, quando uma nova pessoa estava prestes a nascer, era eu. Com apenas 8 meses de gestação, algo quereria isto dizer. Passaram-se 2 anos e 5 meses, quando um simples acontecimento iria mudar por completo a minha vida, a 9 de Junho de 1997, nasce Bruno Ferreira, o meu irmão. A partir desse dia o meu Mundo ficaria muito diferente, mas. Este feliz acontecimento não duraria muito. No dia 24 de Agosto, falece o meu avô José Ferreira, apesar de não me lembrar dele. Sei que, apesar de não ter conhecido o meu avô, a minha vida e personalidade seria muito diferente.

Passei 2 anos em nada de especial, que acontece-se. E acabava de chegar à idade de 4 anos, idade em que bastantes acontecimentos marcarm a minha vida. Um domingo lembro-me de ir á igreja, era o casamento da minha madrina, mas só me lembro de ir de forma muito tímida ao altar. Estava a ntregar as alianças e nem sequer sabia. Estava numa simples manhã de Verão em casa da minha avó materna, quando. Vou almoçar, mas não estava com vontade de sopa, mas sim de pão. Pego numa faca e envés de cortar o pão, corto o dedo, mas com tanta força que ainda hoje olho para o corte e relembro, o dia. Mas avançando. Falando em termos mais vastos, uma das coisas que continuamente marcava e marca a minha personalidade são as séries animadas. Estas, macam a minha personalidade e aumentam a minha imaginação, é uma das coisas que continuo a usufruir desde pequeno. aos meus 5 anos de idade entro para um desporto, a natação. E gostaria bastante disto.

Os tempos avançavam e acabaria por ir para a escola. No meu primeiro dia, estou eu com medo e timidez. Eu sei que não é um dia como os outros, neste dia eu vou aprender. Estou encolhido e não conheço ninguém, sou um pequeno rapaz que está num mundo de questões, perguntas e dilemas. No dia seguinte, eu estou diferente, ganhei confiança e conhecimentos e deixei de me esconder. O tempo passa e o acontecimento que me marca mais é de facto este, o meu computador. Nesse dia estava a receber a melhor coisa que alguma tinha, o simples e fraco computador. Recebia também um jogo que atiçou ainda mas o meu gosto pela arqueologia, que desde sempre queria seguir. O jogo em que passei grande parte de um ano lectivo era Tomb Raider III. E um ano passava. Ainda durante as minhas férias de verão do 1º ano. Num simples dia como qualquer outro, estava no sofá, quando os "bonecos" param de dar para anunciar o ataque às torres gémeas. Não me parecia que seja grande coisa para me estragar o "bonecos", mas hoje penso e dia o terrorismo é das coisas mais horríveis que se vê. 
O 2º ano de escolaridade comçava. durante este tempo nada marcante aconteceria, mas não era por isso que não gostaria deste ano. O 3º ano. Simples e sem complexos até. Durante o Inverno, correria em t-shirt, e como consequência. Estava num dia como os outros, no dia seguinte estava em casa e duraria mais outros 9 dias sem poder ir à escola. Tomava 2 xaropes que sabiam mal como tudo. Após estes 10 dias, sentia-me novo e pronto para outra.

Acabo com sucesso o 1º ciclo do ensino básico e descubro algo. Descubro que, o que mais me marcou nestes últimos 4 anos foi sem dúvida, a professora Graça. Durante 4 anos, ela estava sempre pronta a ajudar-me com quaisquer problemas. Sejam estes educacionais, pessoais, físicos, etc.
Estou agora numa nova escola, e agora sei que para ter sucesso é preciso estudar e esforçar-me. Ganho novos amigos. Durante 2 anos aprendo que o mundo é maior e mais complexo do que até agora sabia. No dia 26/12/2004, um grande tsunami abala o Sudoeste Asiático. Esse dia pouco ou nada estava a ser diferente, mas aprendia que a força da Natureza é incomparável com a do Homem. Seguiu-se o 6º ano de escolaridade que traria muitas alterações. Neste ano desisto da natação e entro para o andebol, desporto que até hoje pratico com muito gosto e prazer. O meu 1º dia, conheço novos amigos e a minha vida altera-se por completo. Neste mesmo ano, iria a um torneio e estaria 3 dias sem os meus pais e apenas com os meus amigos. Daqui coisa boa não poderia acontecer.

Chegado ao 3º ciclo, o 7ºano foi muito diferente do que estava habituado. Na minha turma conhecia uma eduzida percentagem de pessoas, entrava num mundo diferente e novo. Conheço amigos, que como todos os outros altearam a minha personalidade um pouco. Nada de marcante estava a acontecer durante este 8º ano. A vida era simples e sem complexos.
Por contrário o 9º ano foi um dos mais marcantes da minha vida. Em Setembro de 2008 começo a ver uma anime, Naruto. A série é bastante original e transmite muitos conhecimentos. Com esta série aprendi sobre a cultura, história, sistema político, ninjutsu, religião e até culinária japonesa. Mas de facto o que mais marcava era sem dúvida a personalidade de cada uma das personagens. Ainda hoje a série ainda não está concluída e não perdi o interesse.
Os tempos avançavam e pouco depois estou a caminho de Santiago de Compostela. Durante a viagem, escrevo um livro, vejo um filme horrível e vejo ainda a vida a passar. Depois de chegar aprendo sobre a lenda e história de Santiago de Compostela, sobre a cultura espanhola e acima de tudo divirto-me. Voltando à normalidade, após algum tempo tive eu apresentar um livro que tenha lido para Português. Escolho o livro “Sétimo Selo” de José Rodrigues dos Santos, o livro marca-me por penso ser que é um livro adulto. Ou seja com um tamanho considerável, escrito não para crianças.
As férias da Páscoa seriam inesquecíveis, durante 5 dias estaria num torneio que me marcaria por vários motivos. Seria marcado por motivos tanto negativos como positivos.
Com as aulas acabadas e com o Verão para aproveitar. Fora convidado para passar 4 dias na casa de férias dos meus amigos no Alentejo. Nessas mini-férias, fazíamos de tudo um pouco. Limpávamos, cozinhávamos, andávamos de tractor, jogávamos, nadávamos. Pouco nos faltava fazer. Regresso 3 dias depois para a festa no Quartel de Santa Margarida. Enquanto lá estive aprendia por mim mesmo que é preciso trabalhar para conseguirmos o que queremos e o valor do trabalho.

Acabaram-se as minhas aventuras e acontecimentos marcantes, até hoje. Mas quem sabe que mais irá acontecer. 

quarta-feira, 3 de março de 2010

Carta ao Presidente da República


Exmo. Sr. Presidente da República Portuguesa

Venho, por este meio, pedir a sua ajuda, senhor Presidente da República, num problema que o país enfrenta. O meu nome é Ricardo Ferreira e frequento o Ensino Secundário.

Como já sabe o Haiti foi abalado por um sismo de grande intensidade que causou 200 mil mortes e cerca de1  milhão de desalojados. E mais recentemente um terramoto no Chile.

Como deve saber o sismo que abalou o Chile tinha uma maior magnitude do que o do Haiti, mas este causou mais mortes. O factor mais relevante para esta diferença é provavelmente a prevenção. No Haiti era provável que ninguém soubesse o que fazer, e assim o pânico causou mais mortes.

Mas em relação a Portugal, após o sismo de 1755, o Marquês de Pombal mandou construir um simples e rudimentar sistema anti-sísmico sob Lisboa. Hoje em dia existem técnicas mais eficazes e avançadas. É obrigatório perante a lei que os edifícios sejam construídos segundo normas e regras que fazem que não se desmoronem com um pequeno sismo. O facto relevante é que não existe suficiente fiscalização e os empreiteiros escolhem materiais mais baratos e que não são indicados para a construção. Mesmo em edifícios públicos isto acontece, e se um centro comercial ou uma câmara municipal desabasse sob estas centenas de pessoas.

Por isso venho assim comunicar-lhe que ajude a aumentar a fiscalização e que se reforcem os edifícios já existentes, como a Assembleia da República já foi há algum tempo. Porque cerca de 200 em 200 anos acontece um grande sismo perto de Portugal e o último foi em 1755.

Sem mais assuntos.
Os meus maiores cumprimentos e desde já agradeço a sua atenção.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Texto de opinião a uma fotografia de Yann Arthur-Bertrand


Monte Fuji, 富士山 em japonês, montanha situada no Japão, na ilha de Honshu. Com 3776 metros de altura, o monte Fuji é um vulcão activo, apesar do risco de erupção ser baixo. A lenda da sua criação é que um gigante tinha o sonho de  entulhar o oceano Pacífico, passou uma noite a desper sacos de areia, quando desistiu e despejou os últimos sobre o Japão criando o monte Fuji. Mas o meu fascínio por esta imagem advem de eu ser um grande fã da cultura e mitologia japonesa. Como o templo no seu cimo. Acho que o monte Fuji é um local que tranmite calma e serenidade. Aokigahara Jukai, é uma floresta na base do vulcão onde se diz que os espíritos suicidas levam as pessoas ao suicídio. Muitas lendas falam de que goblins, duendes, fantasmas, monstros vivem na Aokigahara Jukai (mar de árvores), estas criaturas criam um ambiente misterioso, que me faz querer ir visitá-lo.

Acho que é um lugar que merece destaque e deveria de ser visitado. A energia que este transmite, o seu poder, a sua veneração e a suas histórias tornam-no num ponto de interesse.

A fotografia aérea de Yann Arthur-Bertrand mostra todas estas emoções. este monte é um local turístico também pelos seus 5 lagos que o rodeiam. Lago Yamanaka, Lago Shoji, Lago Sai, Lago Motosu e Lago Ashi tornam-no num local para quem quer descansar fora a confusão citadina, porque tem lagos termais, templos, monumentos, fauna e flora que merecem ser visitadas.

Até Santiago de Compostela

        -Olá, bons olhos te vejam meu caro amigo, já não te vejo desde que fui a Santiago de Compostela. Meu ente querido ainda não te contei esta história de quando viagem com a rainha e as suas aias. Bem senta-te e aprecia a minha história do trovador “Eremita dos Seis Caminhos”, sobre a Rainha de Portugal e as suas aias.
       - Então vamos ouvir a tua história, Ricardo, o “Eremita dos Seis Caminhos”.
       Certo dia, chamam-me para ir falar com o Rei. Ao chegar pergunto:
      -Que quererdes de mim, Majestade?
      -Quero que acompanhes a minha Rainha e as suas aias até Santiago de Compostela.
      - Se sois este o seu desejo, assim será feito.
      Partiríamos no dia seguinte como previsto e viajaria na carruagem real com a Rainha. Mas antes teria de preparar algumas coisas. Comecei por arrumar uns cancioneiros que possuía com as melhores cantigas que tinha. Os cancioneiros da Ajuda e Colocci-Brancuti. Pegava em alguns sonetos musicais, enquanto arrumava roupa e outros instrumentos. Partiríamos pela manhã.
      Passaram-se 2 semanas, até que chegávamos a Santiago de Compostela. Ao sairmos da carruagem, disse:
      -Vós quererdes ir ver a tão famosa catedral, eu vou aproveitar para coleccionar maia cantigas.
      E assim fui à procura de outros trovadores que queriam trocar cantigas. Eu troquei as famosas cantigas de amigo, portuguesas de origem. Por cantigas francesas, as cantigas de amor. Encontraria, ainda, mais à noite cantigas de escárnio e maldizer sobre outros reinos e países.
      Já à noite numa taberna descobri, que as origens das cantigas de amor eram o Sul de França e as de amigo da Península Ibérica. E é esta a minha história.
      -Mas, só uma coisa, podes me explicar o que são isso das cantigas, “Eremita dos Seis Caminhos”?
      -Claro, as cantigas de amor retratam a história de grandes cavaleiros à procura das donzelas. As de amigo de simples mulheres, que começa a sua vida amorosa, criadas pelo povo, são de simples memorização. E nas de escárnio e maldizer, são cantigas sátiras que fazem uma crítica à sociedade da época.
      -Obrigado, até outro dia.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Texto de opinião sobre o filme “HOME”

"Home, o Mundo é a nossa casa" é um filme que retrata sobre a forma de um filme aéreo o que retrata o que o Homem faz e continua a fazer ao planeta Terra. Após milhões de anos sem sofrer alterações além das que o tempo faz, a Terra e todas as suas espécies são afectadas por apenas uma espécie, a espécie Humana. O filme apenas va contando a história de cada uma das partes do planeta maia afectadas e porque e como o Homem as destruiu ou vai acabar por destruir. Após começar-se a ver o filme aprecebemo-nos que os caos causado pelo Homem é ainda maior do que se pensava.

Ao contrário de muitos outros filmes, este não se torna aborrecido o que leva a que nunca percamos o interesse pelo mesmo. Todos os dia são criadas novas quintas e campos agrícolas, depois de serem exaustivamente e monoculturalmente exploradas, acabam por perder sais minerais e ficar desertas, mas antes dito já o solo foi "envenenado" por pesticidades e adubos químicos. O principal ponto é o facto de o Home pensar que os recursos são inesgotáveis e que a Terra lhe pertence envés de ser este que pertence à Terra.

Outros problemas como o aquecimento global, a destruição da camada de ozono, a acumulação de resíduos sólidos urbanos, a poluição de todos os sub-sistemas terrestres e depois todo o Sistema Terra. Isto que todos pensam ser fachada ou que o que eu faço não irá  afectar, é na verdade uma actualidade que está a afectar o mundo. A origem destes problemas foram a Revolução Industrial e do século passado, e como os efeitos deste séculos ainda foram piores então dentro de alguns anos irão ser piores que os actuais.

Mas para além disto o filme mostra-nos que não é tarde para desistir e devemos apostar como muitos países em mais fontes de energia renováveis. Na Dinamarca já enviam o carbono resultante da combustão para o solo e para que este desenvolva mais carvão. Nos países com mais florestas o abate é equilibrado e a sua replantação constante, cada vez mais países investem no conhecimento e assim desenvolver um crescimento sustentável. Nunca se deve desistir e pensar que o Mundo vive num equilíbrio frágil e este deve ser conservado.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Poder de uma folha de Papel


Desde o início da Humanidade que a migração faz parte da vida. Os homens primordiais migravam em busca de comida e agora os homens migravam por melhores condições de vida. Para migrar não basta atravessar uma linha, é preciso muito tempo para que se possa atravessar uma simples linha. São necessário vários documentos e papéis para se poder emigrar para outro país. A emigração é algo que acarreta um grande risco e perigo porque podemos ir à procura de melhores condições de vida e sai-nos o tiro pela colatra, ou seja ficamos ainda pior do que estavamos.

A emigração em Portugal nem sempre foi igual, enquanto durante os Descobrimentos foi negativa, ou seja mais imigrantes que emigrantes, durante o Estado Novo a quantidade de emigrantes foi muito elevada. Portugal foi a maior potência comercial do mundo no século XVII e assim as pessoa queriam era vir para Portugal. Mas assim como Portugal estava no topo, já esteve no fundo, durante o Estado Novo grandes quantidades de pessoas emigravam para a França, Inglaterra, Alemanha, EUA e Canadá. A imigração portuguesa foi diferente dependeno da época histórica. Durante o século XVII quem imigrava para Portugal eram principalmente pessoas ricas de outros países com dinheiro para investir em Portugal. Depois da fase de desenvolvimento de Portugal os negros eram quem mais imigrava, e depois da queda da "Cortina de Ferro", foram os habitantes dos países do Leste como a Ucrânia, Roménia e até a China.

Mas o principal problema centra-se no momento em passar a fronteira, para se passar a linha política são necessários um monte de papéis. Papéis que exigem um enorme esforço e trabalho, claro que isso nem sempre aconteça e passa-se a fronteira ilegalmente. Um médico bulgaro não pode exercer a sua profissão em Portugal porque lhe faltam meia dúzia de papéis e tem que ir para as obras. Por sua vez um simples pedreiro só por possuir os ditos papéis já pode ir para um banco, ou funcionário público. Passam-se anos até que um simples ser Humano seja tornado um cidadão de um novo país, que Poder de Escritório, Burocracia.

Todo o mundo actual rege-se por demasiadas burocracias, desde  a migração, transporte de mercadorias, transferências monetárias, adopções de crianças... O mundo das migrações é de certeza um dos que mais dificuldades enfrenta. Mesmo já dentro do país e devidamente legalizado as pessoas são descriminadas, olhadas de lado, tratadas de modo diferente. Desde da saída do avião até se possuírem um ditos papéis passam-se anos e muito dinheiro gasto em advogados, idas ao tribunal, viagem taxas de transporte, após tanto tempo todos lucram excepto os que melhor vida procuravam.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Ferro também se corta




O Muro de Berlim, muro que dividia a Alemanha e também a cidade de Berlim em duas. Alemanha Ocidental, Capitalista e a Oriental, Comunista. Mas para percebemos o que afinal este muro dividia teremos que regressar no tempo atá ao ano de 1945, ao fim da II Guerra Mundial.

Depois da II Guerra Mundial o mundo ficou dividido em 3 grandes potências a URSS, os EUA e o Reino Unido. Então a Alemanha ficou repartida em 4 partes pertencentes à URSS, aos EUA, ao Reino Unido e França, assim como a capital, Berlim. Mas até aqui não existia nenhum muro, apenas se via o início da Guerra Fria entre um lado da Europa e o outro a zona Anglo-saxónia e a zona Soviética, porque os EUA tentavam reconstruir a Europa e assim conter o comunismo. Foi desta forma que a Guerra Fria começou e consecutivamente o Muro de Berlim, porque de um lado governavam os Norte Americanos e do outro os Soviéticos.



Agosto de 1961, o Muro de Berlim é criado cortando estradas, prédios, casas e famílias a meio, numa noite uma família torna-se em parte comunista e em parte liberal. Do lado comunista soldados impedem as pessoas de o atravessar e se for preciso matam. Foi preciso então reforçá-lo por 4 vezes, com rede eléctrica e arame farpado, é então criado um dos maiores símbolos da Guerra Fria, o muro que dividia uma cidade, um país, um continente, um Mundo.



A União Soviética gastava cada vez mais dinheiro no militarizamento e cada vez menos na indústria e no desenvolvimento económico, é então que a URSS abre a livre circulação entre os dois lados do muro, e então este cai em 9 de Novembro de 1989, e pouco depois a URSS e a Guerra Fria.



Para mim este muro é mais que uma simples divisão de um modo de economia, é para mim uma divisão e uma disputa pelo Mundo, pelo nosso Mundo perfeito, aquele que nos agrada. O modo como as pessoas viam o muro era um barreira intrasponivel mesmo que do outro lado estive-se o nosso irmão, o muro era um factor de Guerra Psicológica dos comunistas contra os liberais uma maneira de dizer que tinham mais e melhores apoiantes que o seu regime era melhor. A Guerra Fria e o Muro de Berlim não eram mais que um modo de espandir o regime aos países para que o mundo se torna-se a sua Utópia. Quando este caí é um modo de dizer que se apreceberam que a melhor maneira de se desenvolverem é com a paz e não com a guerra.

sábado, 17 de outubro de 2009

A Literatura

A Literatura é para mim a Arte de saber escrever bem e correctamente, de uma forma original e criativa, uma forma que pode "colar" uma pessoa a um livro. Quando escrevemos algo é óbvio que aquilo não é literatura, pelo menos no instante em que é escrito. Para que seja considerado Literatura é preciso que seja aprovado em vários pontos como: tem de ser do tipo Lírico, Dramático ou Narrativo; tem de ser aceite por muitas pessoas como um bom livro e por uma autoridade competente; o texto terá que ser bem estruturado e artístico, ou seja com recursos estilisticos bem utilizados e bem criados; os valores estéticos e literários da época devem ser adequados, significa que o modo como é escrito deve ser visto na época, por exemplo o facto das palvras se escreverem de forma diferente ou expressões; e finalmente para ser aceite como obra literário o texto terá que original e bom.

Mas até agora só falei da parte profissional da literatura, daquilo de que posso não gostar e ser considerado Literatura. Porque na minha opinião verdadeira a Literatura depende de gostos para gostos, de pessoa para pessoa. Cada um de nós pode gostar de livros ou formas de escrever diferentes, no meu caso detesto Romances do tipo Amoroso, porque um Romance apenas quer dizer o tamanho do livro. O livro "A Viagem ao Centro da Terra" de Júlio Verne é considerado um Romance, mas aquilo de Romance tem pouco ou nada. Eu gosto de livros do tipo de aventuras, policiais e mistérios, exemplos de livros que li e gostei: Sherlock Holmes, O Cão dos Barkesvilles de Sir Arthur Conan Doyle; O Sétimo Selo de José Rodrigues dos Santos; e é só até agora porque o resto eram pequenos livros como Astérix e Obélix, Tintin, livros infantis, em fim. A BD, Banda Desenhada deveria ser considerada Literatura, não com o mesmo prestígio que por exemplo o "Código DaVinci", mas ser considerada Literatura. Mesmo as crianças devem  poder ler Literatura, apesar de ser mais simples e de não ter figuras de estilo, deveria ser considerado Literatura.

Todos os tipos de escrita deveriam poder ter o poder de serem considerados literatura, mas claro que sub-dividos em categorias como é o carro das corridas de carros, F1, F2, F3, F4. Bem o que é que tu achas?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Comentário ao poema "A Fala" de Manuel Alegre

Este poema de Manuel Alegre fala da Língua Portuguesa, que foi evolutiva, mas que o pai foi de certeza Camões, porque antes  dele ninguém escreveu um livro de grande valor. O poema fala dos Descobrimentos, porque foi neles que está baseada a epopeia dos "Lusíadas", que foi a primeira grande obra literária portuguesa.

O que é mencionado no poema que faça lembrar os Descobrimentos é: o estilo manuelino, o sal, o fogo de Santelmo, o mar, o o azul tom de viagem , velas, veleiros e ventos, são todas estas palavras que fazem lembrar Camões e os Descobrimentos.

Ainda existe um factor disfarçado que serve como cumprimento a Luiz de Camões é o factor de serve um soneto e está escrito de forma heroíca, com as sílabas tónicas de cada verso nas 6ª  e 10ª sílabas métricas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A Morte é provavelmente a melhor invenção da Vida, o agente de mudança da Vida


Esta frase foi proferida por Steve Jobs, pode parecer muito bruta e até errada, mas não, está completamente certa é só preciso percebê-la.

Ao fim de algum tempo as pessoas mais idosas acabam por perder as suas qualidades e sentem-se inúteis. Essas pessoas sentem-se não só inúteis como obstáculos aos seus amigos e familiares, porque só lhes dão trabalhos. Por vezes pouco antes de morrerem, os seres humanos que viveram felizes, sorriem uma última vez, e mostram como estão felizes e a sua vida lhes foi gratificante. Isso é aceitar a Morte e perceber que é hora de partir e de novos tomarem o seu lugar.

Para que o novo surja o velho tem de ser retirado, substituir o que não tem mais para dar ao mundo por um novo ser humano e uma nova alma. Como um agricultor que apara os ramos velhos sem vida para que novos ramos surjam, a Morte também tem de cortar o velho e assim o novo ser pode crescer e ter novos frutos e folhas.

Sem a Morte, a Vida não existe por deixava de ser uma zona de passagem e passava a ser eterna, e sem Vida, a Morte não existia, porque não há nada que matar nem acabar.